VEG https://veg.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre gastronomia vegetariana Thu, 01 Nov 2018 19:28:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Tofu, injustiçado e maravilhoso; aprenda a usá-lo em receitas https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/09/05/tofu-injusticado-e-maravilhoso-aprenda-a-usa-lo-em-receitas/ https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/09/05/tofu-injusticado-e-maravilhoso-aprenda-a-usa-lo-em-receitas/#respond Wed, 05 Sep 2018 16:44:15 +0000 https://veg.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/tofu-150x150.jpg https://veg.blogfolha.uol.com.br/?p=1800 Das delícias da gastronomia vegetariana a mais injustiçada e discriminada talvez seja o tofu. Esse pedacinho de céu apelidado de “queijo de soja” vem do Japão, onde é uma iguaria tradicional e respeitada.

As pessoas costumam torcer o nariz para o tofu por ele “não ter gosto de nada”. Produzido da reação do leite de soja com o sal amargo (sulfato de magnésio), ele tem um sabor bem suave e uma textura parecida com o queijo branco, mas isso varia e esse é o grande segredo do tofu: a variedade. É preciso saber qual usar na sua receita.

Existem cinco tipos principais de tofu: soft, firme, seco, frito e o Okinawa. A indicação vem no rótulo.

O soft é bastante comum e geralmente vem em embalagens de plástico duro, porque são muito sensíveis. Ideal para fazer um patê, um sour cream vegano ou doces. Péssimo para fritar, tem muita água, vai transformar tudo em uma sopa.

O firme é vendido em peças quadradas de até meio quilo. São ótimos para refogados. Amassado com um garfo, rende uma deliciosa “tofulete” (sim, uma omelete de tofu), basta acrescentar um pouco de curry ou mostarda e refogar com cebola e tomate. Também vai bem frito em fatias e em recheio de salgados.

O seco é um tofu que teve toda sua água drenada na prensagem e é bem comum que seja defumado. É mais duro, amarronzado, com uma textura que lembra um presunto (desculpem essa analogia, a outra alternativa era “borracha escolar”). Vai muito bem na grelha, naquele churras de domingo. Também fica bom marinado, é só colocá-lo para dormir uma noite em um pote com vinagrete na geladeira.

Há quem use esse tipo de tofu em pizzas e lanches, fatiados, fica bom, mas “cru” é bem sem graça. Tempere-o antes, marinando, fritando, ou só passando pelo azeite e shoyu com temperinhos.

O frito é bem conhecido dos restaurantes japoneses, onde aparece recheados de arroz e atende pelo nome de Abura-age . Antes de rechear com arroz ou usá-lo em ensopados, é preciso aferventá-lo numa água temperada.

O Okinawa começou a aparecer mais nos supermercados brasileiros, mas é raro. Ele é tradicional da ilha de mesmo nome, no sul do Japão. É um tofu firme, que passa por uma preparação diferente, na qual se retira mais água e acrescenta-se sal. Ele tem um sabor mais forte e mais proteína. É meu preferido, uma pena que seja difícil de achá-lo. Os usos são os mesmos do tofu firme.

Em São Paulo, encontrar tofu é tarefa fácil, basta ir ao bairro da Liberdade ou na Luz, onde as comunidades japonesa e chinesa mantêm lojas de comidas. No interior, procure a geladeira com bandejas de sushis e sashimis, ele deve estar por lá.

Dê uma chance ao tofu, você não vai se arrepender.

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Livro ensina a montar marmitas veganas fáceis https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/07/19/livro-ensina-a-montar-marmita-veganas-faceis/ https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/07/19/livro-ensina-a-montar-marmita-veganas-faceis/#respond Fri, 20 Jul 2018 01:10:48 +0000 https://veg.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/9788568684962-150x150.jpg https://veg.blogfolha.uol.com.br/?p=1763 Se tornar vegano nem sempre é fácil. Acrescentar a nova dieta à rotina nem sempre é simples como mudar de restaurante na hora almoço. A falta de opção ainda é um problema bem comum, em especial longe das grandes cidades brasileiras.

A jornalista austríaca Daniela Lais e o chef alemão Jérême Eckmeier resolveram simplificar esse processo no livro “Marmita Vegana” (Publifolha), que traz desde um guia de sobrevivência para os veganos que se aventuram por restaurantes étnicos, até receitas de lanches e refeições para levar para o trabalho.

O livro traz boas dicas de comidinhas que podem ser preparadas e guardadas para um lanche, como barrinhas de cereal, além de molhos de salada e ingredientes que ajudam na hora de montar a marmita, sem ter que começar do zero a cada dia.

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Ben & Jerry´s lança dois sabores veganos no Brasil https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/07/04/ben-jerrys-lanca-dois-sabores-veganos-no-brasil/ https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/07/04/ben-jerrys-lanca-dois-sabores-veganos-no-brasil/#respond Thu, 05 Jul 2018 00:12:17 +0000 https://veg.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/caramel-almond-brittle-bulk-detail-150x150.png http://veg.blogfolha.uol.com.br/?p=1744 A empresa americana de sorvetes Ben & Jerry’s lançou, nesta segunda (2), dois sabores da sua linha sem leite no Brasil, ambos feitos à base de leite de amêndoas.

O “Peanut Butter & Cookies”, é um sorvete à base de amêndoas sabor baunilha com cookie sabor chocolate e calda de pasta de amendoim. O “Caramel Almond Brittle”, também é à base de amêndoas, com pedaços de amêndoas caramelizadas e calda de caramelo salgado.

Apesar do estranhamento que causa lançar novos sorvetes no inverno, vale lembrar que é verão nos Estados Unidos e as marcas aproveitam par anunciar novidades, em especial próximo ao feriado da independência (4 de julho), que reúne as famílias americana para o almoço no quintal.

Por ora, os sabores estarão disponíveis somente nas sorveterias da marca e não nas geladeiras dos supermercados.

A Ben& Jerry´s é a terceira grande marca a investir em derivados de amêndoas no Brasil, num mercado dominado pela soja. O leite vegetal Ades, da Coca-Cola, anunciou em junho sua linha de leite da castanha, seguindo a Danone, que trouxe a marca Silk para o Brasil no final de 2017.

Se você mora em São Paulo, confira seis opções de sorveterias com sabores veganos na cidade

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Aprenda a fazer leite de castanhas e nunca mais compre pronto https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/06/28/aprenda-a-fazer-leite-de-castanhas-e-nunca-mais-compre-pronto/ https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/06/28/aprenda-a-fazer-leite-de-castanhas-e-nunca-mais-compre-pronto/#respond Fri, 29 Jun 2018 01:36:03 +0000 https://veg.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/BHi_j0108-150x150.jpg http://veg.blogfolha.uol.com.br/?p=1738 Quando o boom do vegetarianismo chegou ao Brasil, no começo dos anos 2000, os leites vegetais à base de soja pipocaram nas prateleiras do supermercado. Tão prático como qualquer leite em caixinha, apareciam tanto na versão “natural” –na verdade, saborizados com aroma artificial de baunilha– até em sucos de frutas, achocolatado e etc. A indústria exagerou, em algum momento parecia que o mundo ia acabar em soja. O fato é que a moda da soja, no Brasil e lá fora, não durou muito pelo pecado do excesso.

Apesar de ser rico em proteínas, a soja não tem a melhor digestibilidade do mundo vegetal e o gosto é bastante marcante, seja o da própria soja, seja o do aromatizante de baunilha usado para disfarçar o gosto da soja. Isso dificulta seu uso em receitas.

A nova onda depois da soja foi o arroz. Marcas importadas chegaram ao país com um valor quase três vezes maior do que os derivados de soja. Apareceram também versões em creme, para a alegria dos cozinheiros. Não fez o mesmo sucesso, talvez pelo preço.

Em seguida, uma nova onda começou nos Estados Unidos, bateu na Europa e chegou aqui: o leite de castanhas.

O leite de amêndoas é onipresente nas prateleiras veganas dos EUA, lá também são bem populares o leite de avelã (com um gosto bem marcado) e o leite de sementes de cânhamo, adoradas pelos atletas veganos.

No Brasil, essa novidade chega com uma vantagem imensa: somos um dos maiores produtores de caju no mundo. É justamente a castanha que “dá” o melhor leite. O leite da noz de caju tem um sabor suave, pouco marcante e tem uma consistência bem parecida com a do leite da pobre vaca.

Já tem marca brasileira fazendo o leite em caixinha. Mas a receita é tão simples e rápida, que você precisa ser muito preguiçoso para recorrer aos prontos.

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Coloque meio copo de castanha-de-caju (ou amêndoas) –vale dizer: sem sal– de molho em um copo d’água e deixe descansar da noite para o dia (umas seis horas, não passe de 12).

Escorra e descarte essa água.

Bata com 200ml de água. Você pode variar a proporção, usando mais castanha e menos água para um leite mais grosso.

Segredinho: utilize água quente e adicione uma colher de aveia em flocos ou uma colher pequena de linhaça na hora de bater. O amido da aveia ou o óleo da linhaça vão adicionar uma consistência mais interessante.

Coe em uma peneira fina ou pano.

O resíduo de castanha triturada fica uma delicia misturada em bolinhos de arroz frito. Eu também gosto de refogar com cebola e tomate, feito um purê.

Pronto, agora você pode tomar seu leitinho de manhã sem ficar pobre.

 

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Indústria tenta proibir vegetarianos de chamar produtos vegetais de carne https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/05/12/industria-tenta-proibir-vegetarianos-de-chamar-produtos-vegetais-de-carne/ https://veg.blogfolha.uol.com.br/2018/05/12/industria-tenta-proibir-vegetarianos-de-chamar-produtos-vegetais-de-carne/#respond Sat, 12 May 2018 03:06:03 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://veg.blogfolha.uol.com.br/?p=1715
Hambúrguer defumado com omelete de tofu do Salad Days
Nas primeiras semanas de abril, a internet entrou em polvorosa com o polêmico projeto de lei francês que proíbe produtos que não sejam derivados de carne ou leite, de levarem esse nomes. 
 
Logo, fica proibido o leite de soja, o queijo de castanhas, a carne de soja e o filé de peixe vegetariano, nomes sempre presentes nas gôndolas de mercados naturais e restaurantes veganos.
 
A história, que atraiu a atenção dos haters baba-bifes, é um pouco mais complexa. Em junho de 2017, uma organização civil de direitos do consumidor da Alemanha, entrou com uma ação contra a também alemã Tofutown, empresa que concentra algumas marcas de produtos de origem vegetal, contra o uso dos termos “leite” de soja e “queijo” de soja.
 
O argumento era o de que existe regulamentação da União Europeia especificando o que é produto lácteo e que seus rótulos violavam esses dispositivos. O tribunal local remeteu a ação ao Tribunal de Justiça Europeu e a Tofutown perdeu.
 
Aproveitando a jurisprudência e embutindo o artigo em um pacote  de emendas à Constituição, o deputado francês Jean-Baptiste Moreau, do mesmo partido do presidente Emmanuel Macron (aquele bonitão), conseguiu aprovar seu projeto de lei que prevê a proibição dos termos “carne” “filé” “queijo” e “leite” de soja ou vegetal em território francês, sob o argumento que o termo confunde os consumidores.
 
Ao contrário do que você leu por aí, a lei não passou a valer, ela apenas avançou para isso. A aprovação foi em uma comissão da Assembleia Nacional. Para passar a ser cumprida, ela precisa ser debatida e votada em plenário, o que acontece entre 22 e 25 de maio.
 
Mas afinal de contas, por que as comidas vegetarianas têm nomes de carnes e leites?
A resposta é mercadológica: parâmetro e simplicidade
 
Quem responde a é David Oliveira, diretor de marketing da Superbom, empresa que há 93 anos fabrica produtos naturais no país. “Há 30 anos, quando tínhamos três produtos de proteína vegetal, não existia todo esse modismo sobre vegetarianismo, não tínhamos nenhum paralelo para identificar nosso produto.”
 
A solução para identificar os cilindros rosados feito à base de proteína de soja e trigo, embebidos em água, que usualmente recheiam pães acompanhados de molhos, foi a mais óbvia: salsicha vegetal.
 
“Nosso público era outro, ele só queria se alimentar da maneira mais natural possível, com uma carga proteíca adequada”, comenta.
 
A empresa lançou nesta semana uma linha com mais 13 produtos para o público vegetariano, avançando também na matéria-prima, sai a soja, que ficou demodê no mundo vegano, entra a proteína da ervilha, nova queridinha. [assunto para um próximo post]
 
Para o chef Celso Fortes, a frente da rede de franquias Açougue Vegano, com unidades em São Paulo, Rio e Santa Catarina, toda a grita pode se tratar de mera competição, uma reação do mercado ao crescimento da indústria e da gastronomia vegetariana.
 
Formado na escola de Alan Ducasse, na França, ele ainda diz que a proteção cultural que o francês faz da comida também pode explicar a lei controversa, mas não entende o sentido, já que, para ele, os nomes dos pratos não são tanto culturais, mas mais referenciais.
 
“O que a pessoa observa, o que a faz chamar a comida pelo nome é a referência do formato e da textura. A coxinha de jaca, ela é coxinha, porque ela tem aquele formato, frita por fora, com massa por dentro, tanto faz o recheio ou o ingrediente”, explica.
 
Fortes acredita que as pessoas deixam de comer carne não porque não gostam, mas por algum motivo que as coloca em conflito. Seja saúde, danos ao meio ambiente ou ética. “Elas estão mesmo é em busca de uma experiência gastronômica agradável, em sabor, textura. Se você consegue fazer uma gastronomia que alia esse fatores, que é gostoso, é saudável e impacta menos o mundo, não tem como competir.” 58% dos clientes da rede, estima, são onívoros.
 
Se você, jovem vegetariano, achou que esta polêmica estava superada e as caixas de comentários esvaziando, reserve mais um espaço na sua paciência. 
 
A associação de criadores de gado dos Estados Unidos acaba de enviar uma petição ao Departamento de Agricultura para impedir que carnes geradas em laboratório e de origem vegetal levem no rótulo as palavras “carne” ou “bife”.
 
Vou reservar meu melhor queijo de castanhas para gratinar quando esse circo pegar fogo.
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