A padaria Lilóri, inaugurada na semana passada na região da av. Paulista, em São Paulo, faz quitutes que podem atender a pessoas com dietas normalmente excluídas: todo produto é livre de glúten e de lactose, além de oferecer doces, pães e pizzas veganos.

Sócia-fundadora do estabelecimento, Mariana Pierre disse ao “Veg” que é questão de tempo até que todo bolo e pão que ela faz sejam confeccionados sem ingredientes de origem animal.

“Já estamos desenvolvendo-os sem ovo. Além de ser uma demanda dos veganos, há muitas crianças alérgicas ao ingrediente”, diz. Pierre, que era advogada, começou o negócio após anos de receitas para seu filho, que é intolerante ao glúten, a leite e a soja.

Entre os quitutes sem ingredientes de origem animal, estão o mineirinho (R$ 3,80, espécie de pão de queijo vegano), iogurte de coco (R$ 12,50, com granola), brigadeiro (R$ 5) e sabores de tapioca e de pizza, como a Veggie (R$ 25,10, tamanho brotinho), que tem berinjela, queijo parmesão vegano e biomassa de banana verde.

Veja o cardápio aqui

O queijo vegano é feito na própria casa, conta Pierre.

Ela diz ter-se inspirado em estabelecimentos sem glúten de Nova York e de Paris e no movimento de gastronomia funcional. “O desafio da Lilóri foi manter o aspecto ‘gourmet’ dos pratos, a preocupação com a textura, com o sabor e com a qualidade dos ingredientes”, diz.

“Nossas receitas foram testadas inúmeras vezes e modificadas até chegarem ao que oferecemos. Foram desenvolvidas para aguçar o paladar e mostrar que comida sem glúten ou lácteos têm, e muito, sabor.”

Outra padaria que faz somente produtos sem leite e sem glúten em São Paulo é a Diaita, que fica na zona norte da cidade e também segue a linha de alimentação funcional.

GLÚTEN

O glúten é uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio (e muitas vezes em aveia que tenha sido contaminada por algum desses cereais).

Por causa da intolerância à substância, que depende no geral de predisposição genética e entre cujas vertentes está a doença celíaca, produtos industrializados precisam especificar sua presença desde 2003 no Brasil.

Enquanto alguns nutricionistas recomendam sua extirpação da dieta, por causa de processos inflamatórios resultantes –e da tese de que ele causa a chamada permeabilidade intestinal–, parte da literatura afirma que o ingrediente é saudável para a maioria das pessoas.

Alguns atletas –a exemplo da equipe de ciclismo Garmin-Sharp– adotam dietas sem a proteína porque, segundo alguns especialistas, isso reduz o tempo de recuperação necessário entre um esforço prolongado e outro, sejam treinos ou competições.

LILÓRI
R. Peixoto Gomide, 1.486 – Jardim Paulista – Oeste. (11) 3068-0516. Ter. a sex., 8h às 20h; sáb. 9h às 19h; dom. 9h às 16h. lilori.com.br