‘Já comi só foie gras durante uma semana’, diz vereador autor do veto

Yuri Gonzaga

Durante uma visita à Hungria, terra natal de sua mãe, o vereador paulistano Laércio Benko (PHS) se alimentou por uma semana basicamente de um produto que viria a propor a proibição.

“Sabia que existia foie gras, mas nunca tinha tido a coragem para pagar o preço no Brasil”, disse ao “Veg”. “Mas, lá, um prato que custa R$ 150 é vendido por 5 euros [cerca de R$ 18]. Fiquei uma semana comendo só foie gras.”

Ave recebe alimentação forçada para produzir foie gras nas proximidades de Oiartzun, Espanha (Divulgação/Igualdad Animal)
Ave recebe alimentação forçada para produzir foie gras nas proximidades de Oiartzun, Espanha (Divulgação/Igualdad Animal)

Benko diz que sua prima, que mora no país do leste europeu e foi sua tradutora durante a visita, levantou a questão do método de produção. “Ela me perguntou: ‘Laércio, como é que você consegue comer isso? Você sabe como é feito?’ Aí, me mostrou uns vídeos.”

“Eu disse: ‘Chega. E quando for vereador, vou apresentar um projeto proibindo isso aí’.”, diz.

Benko relata que o que o levou a comer tanto do foie, que é um fígado de ganso engordado à força, foi –além da discrepância no preço– seu gosto. “Em termos de paladar, é muito bom, sim, saboroso; eu gosto de carnes fortes. Mas eu abri mão de comer porque acho que não preciso disso.”

“Depois que vi a forma… o sofrimento… Uma coisa é o animal ser abatido; a outra é ele sofrer do nascimento até a morte”, diz.

A Hungria é o segundo maior produtor de foie gras do mundo, com 8% do mercado, atrás da dominante França (78,5%), segundo um relatório da ONG britânica Viva. Sua moeda é o florim húngaro –cinco euros seriam equivalentes a 1.600 florins hoje.